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14 de agosto de 2009

Record assume dízimo e Globo vai ao Congresso

E a guerra continua. Ontem à noite se desenrolou mais um capítulo da guerra entre Globo e Record, as duas maiores redes de televisão do país. No Jornal da Record, apresentado por Ana Paula Padrão e Celso Freitas, a emissora do Bispo Macedo assumiu publicamente que o dízimo é a base de sustentação da Igreja Universal do Reino de Deus e ouviu depoimentos de deputados e senadores, em Brasília, contra o monopólio da Globo. Já o Jornal Nacional, comandado por William Bonner e Fátima Bernardes, voltou a atacar o dízimo como forma de exploração da boa fé dos seguidores da Universal.

O Jornal da Record acusou a Globo de ter desrespeitado um espaço religioso, uma vez que um repórter da rival entrou num templo da Universal com uma câmera escondida no intuito de mostrar as doações dos fiéis. A reportagem da Record afirmou que os fiéis têm orgulho de dar o dízimo e mostrou trechos da biografia de Edir Macedo, em que ele fala que a doação é um compromisso, não uma obrigação.

A Record correu ao Congresso para repercutir os ataques da TV Globo à Record.

– Se não tivermos uma imprensa que separe suas pretensões da política não teremos política de fato – comentou o deputado Fernando Ferro (PT-PE).

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, criticou o poderio da emissora, enquanto o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse que a Globo não é mais “como era”

– Esse monopólio da Globo desapareceu.

Vice-presidente da Câmara, o petista Marco Maia salientou a necessidade da pluralidade e equivalência de poder para as emissoras, e lembrou o direito ao debate:

– Quanto mais espaço o cidadão tiver melhor para a democracia.

Para o senador Magno Malta (PR-ES), o sucesso da Record “incomoda, com seu crescimento”, o que foi ao encontro da opinião de Brizola Neto (PDT-RJ):

– Sentimos uma resistência muito grande, a Globo não quer perder esse monopólio.

O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), frisou que a Justiça apenas recebeu, e ainda não acolheu, a denúncia do Ministério Público

No Jornal Nacional, três senadores (entre eles Garibaldi Alves Filho) e três deputados (Rodrigo Maia foi um deles) falaram sobre a obrigação de se investigar as acusações do Ministério Público, porque os fiéis devem ser respeitados e o uso do dízimo deve ser transparente. Raul Jugman falou em “exploração da fé”. Mostrou ainda o deputado Bispo Rodovaldo (da “bancada evangélica”) defendendo, falando que o dinheiro doado pra Igreja pode ser usado nas coisas onde haja o nome da Igreja.

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