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23 de setembro de 2009

Petistas duvidam que Alckmin esteja sacramentado

O PT tem certeza de que o governador José Serra será candidato a presidente pelo PSDB, mas acha que o jogo político ainda está aberto em relação ao governo de São Paulo. Conversas recentes envolvendo lideranças das duas legendas levaram alguns petistas a duvidar de que a indicação de Geraldo Alckmin para o Palácio dos Bandeirantes esteja sacramentada. Acham que o nome do chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira, ainda está no páreo.

Os petistas alimentam suas suspeitas a partir das críticas públicas feitas pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, claramente contrárias à candidatura Alckmin. "Kassab não é DEM, é Serra. Ele faz o que o Serra achar melhor", afirmou um petista com trânsito livre no Palácio do Planalto e fácil interlocução com Serra.

Segundo fontes ouvidas pelo Valor, Serra também teria afirmado a aliados que considera ruim caso o deputado Ciro Gomes (PSB-SP) abra mão da candidatura presidencial e dispute o governo paulista. O presidente Lula apoia esta opção, pois considera que assim teria um candidato competitivo no principal Estado do país e, por outro lado, deixaria o caminho mais fácil para a chefe da Casa Civil, ministra Dilma Rousseff, na disputa presidencial. Admitiu, contudo, que respeitará a decisão de Ciro. Amparado pelo bom resultado nas pesquisas eleitorais, Ciro está disposto a disputar a presidência pela terceira vez.

Segundo tucanos, Serra vai adiar ao máximo a consolidação de sua candidatura à Presidência, por quatro razões, uma administrativa e três políticas. Ele não quer paralisar o seu governo antes da hora, por acreditar que há coisas por fazer em São Paulo e por saber que este é um dos seus principais trunfos na sucessão de 2010. Do ponto de vista político, o governador acha que, ao lançar-se candidato ao Planalto, obrigatoriamente estaria antecipando a sucessão estadual, algo que ele não deseja.

O fator Aécio Neves (PSDB-MG) também pesa nesta análise. Apesar de afirmar que "ele é o plano B de Aécio e Aécio é seu plano B", Serra acha prematuro consolidar o acerto político com o governador mineiro. Por fim, o governador sabe que, no momento em que lançar-se candidato, iniciam-se as despesas de campanha e agendas políticas que poderão ser questionadas judicialmente. "A chefe da Casa Civil, ministra Dilma Rousseff, pode fazer isto porque tem o governo na mão", afirmou um tucano ligado ao governador paulista.

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