Pages

Subscribe:

11 de março de 2010

Vítimas das chuvas ainda vivem em contêiner em Atibaia (SP)

No contêiner de 14 m2 em que a diarista Valéria de Jesus, 28, vive há quase dois meses com sua filha Dara, 6, as cadeiras ficam em cima da mesa porque não há espaço no chão. Banheiro, só do lado de fora. Mesmo assim, ela considera o local "praticamente uma mansão".

O mesmo não pode dizer sua mãe, Aparecida Cunha, 58, que divide seu contêiner com oito pessoas. A moradia é uma das duas que têm banheiro, mas a comodidade reduz o espaço do cômodo. "Aqui é assim: quando um entra, outro tem de sair", brinca. "Mas está muito bom."

Desabrigadas após a cheia do rio Atibaia, que dá nome à cidade, 12 famílias estão desde 17 de janeiro nos contêineres --cada uma em um. Outras 90 estão numa escola e num ginásio.

Atibaia chegou a ter 900 famílias fora de suas casas devido à cheia --causada, segundo elas, pelo excesso de chuvas e por falha na abertura das comportas do sistema Atibainha pela Sabesp, feita quando a represa já estava cheia. O nível, que chegou a 101%, hoje está em 85%. A Sabesp diz que administrou "da melhor forma possível" a abertura das comportas.

Todos os moradores ouvidos disseram que a vida nos contêineres é muito melhor do que a que levavam antes. Eles viviam em Caetetuba, bairro pobre em área de risco, boa parte em barracos de madeira. Alguns perderam tudo.

"Diziam que seria horrível vir para cá, que esquentava e ficaríamos 'enlatados'. Mas não é nada disso", diz Valéria. Segundo a prefeitura, as estruturas são térmicas. Cada contêiner tem ainda duas janelas.

O grupo deve ficar ali, diz a prefeitura, até abril, quando está prevista a entrega de casas provisórias de madeira na mesma área. Apartamentos definitivos devem ser entregues em até dois anos.

0 Comentários:

Postar um comentário