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24 de setembro de 2010

PT pede investigação em vídeos emcomendados por Serra e divulgados na internet pelo PSDB

A campanha de Dilma Rousseff entrou ontem com ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a coligação O Brasil Pode Mais, do candidato tucano José Serra, questionando a publicação de uma série de vídeos na internet, feitos a pedido da direção nacional do PSDB.

As peças acusam o PT de "não gostar da imprensa" e "atacar seus adversários e a família dos seus adversários". Na ação, os advogados pedem liminar para retirar o vídeo do ar e para que seja impedida a exibição no horário eleitoral gratuito. A coligação solicitou à Polícia Federal e ao Ministério Público que investiguem o caso para apurar a autoria e a divulgação dos vídeos.

Ontem, Dilma falou sobre ataques à sua candidatura. "Não podemos fazer política com ódio. O ódio é que nem droga, vicia. É fácil entrar e é difícil de sair." Ao comentar sobre o conteúdo dos vídeos, a candidata afirmou: "Não iremos, em nenhuma circunstância, baixar o nível nessa campanha. Falo isso com absoluta convicção de que quem baixa o nível, quem utiliza desses expedientes, nem o Brasil nem a história perdoam."

Na ação ao TSE, os advogados da campanha apontam o "alto custo" como evidência de que os vídeos teriam sido produzidos "a mando do candidato José Serra". Outra prova seria a presença da logomarca da coligação de Serra nos filmes. A ação cita, ainda, matéria do Estado que antecipou a divulgação dos vídeos.

O conjunto de seis vídeos, postado na internet na quarta-feira, foi encomendado pela direção do PSDB ao marqueteiro Adriano Gehres. Eles não têm relação com o marqueteiro da campanha, Luiz Gonzalez. Roteiro e versão final foram submetidos ao presidente do PSDB, Sergio Guerra, e a Serra. A ala política da campanha defende um tom mais ácido em relação ao PT, daí a encomenda das produções.

A contratação do marqueteiro deve constar da prestação de contas do partido, e não da campanha. O coordenador jurídico da campanha de Serra, Ricardo Penteado, disse que "a postagem dos vídeos não é de responsabilidade da coligação".

Crimes. A campanha de Dilma acusa o adversário de cometer "crimes". "A publicidade foi veiculada com formato de inserção, produzida com trucagem para propalar informações sabidamente inverídicas e degradantes contra filiados a um partido formalmente registrado, bem como com injúria e difamação contra a candidata Dilma Rousseff", diz a ação.

Para o PT, os vídeos agridem a "honra" do partido e de Dilma. Além da retirada dos vídeos do ar, a campanha petista pede que a coligação de Serra seja condenada ao pagamento de multa no valor pago pela produção.

"O objetivo é apurar crime, quem são os criadores. Há indícios veementes que são nossos adversários, mas queremos que seja apurado pela polícia", explicou o deputado José Eduardo Martins Cardoso (PT-SP), coordenador jurídico da campanha.

A coligação teria, ainda, notificado o Google - responsável pelo site YouTube, onde os vídeos foram publicados - para a retirada da propaganda.

A despeito de a ação do PT ao TSE ter estabelecido a ligação entre os vídeos e tucanos, o coordenador de comunicação da campanha de Dilma, Rui Falcão, afirmou que o PT não acusará o PSDB. "Não sei de quem é, mas o que importa é que isso tem de ser retirado do ar." Para o petista, a retórica dos vídeos repete a utilizada pelo PSDB na campanha de 2002 quando o presidente Lula era candidato. "É a mesma retórica do medo, que fala dos radicais do PT. O PT participa do governo Lula e é natural que participe também do governo Dilma", rebate Rui Falcão.

Pela manhã, e-mails enviados pela campanha petista alertavam para mensagens "inventadas" que estariam circulando na internet. Numa referência à campanha de 2002, o texto publicado no site da candidata afirma que "a baixaria reeditou a tática do medo". /

Passageiros em voo nacional crescem 30%

O movimento de passageiros em voos nacionais aumentou 30,58% em agosto ante o mesmo mês de 2009, segundo dados divulgados ontem pelo Ministério do Turismo.

Foi o melhor agosto da série histórica, com 6 milhões de desembarques, ante 4,6 milhões do ano passado.

No acumulado de janeiro a agosto, houve 43,3 milhões de desembarques, outro recorde para o período, com acréscimo de 23% na comparação com os oito primeiros meses de 2009.

"Se for mantido esse ritmo, fecharemos o ano com 64 milhões de desembarques domésticos", afirmou em comunicado o ministro do Turismo, Luiz Barretto.

Em 2009, 56 milhões de passageiros desembarcaram nos aeroportos nacionais, segundo informação da Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária).

Os desembarques internacionais também bateram recorde em agosto, com alta de 32,52% ante ao mesmo mês do ano passado. Ao todo, foram 722,3 mil passageiros nesse tipo de voo. Já no acumulado do ano, eles somaram 5,1 milhões.

Os dados da Infraero incluem desembarques de passageiros residentes e não residentes no Brasil.

18 de setembro de 2010

Interferência do namorado de Marta agrava crise em chapa

A interferência do empresário Márcio Toledo, namorado de Marta Suplicy (PT), na campanha dela ao Senado agravou a crise instalada entre os candidatos majoritários do partido em São Paulo.

No último domingo, Toledo teve uma reunião com o ministro do Esporte, Orlando Silva (PC do B), e sugeriu ao comunista que incentivasse um "distanciamento" entre Netinho de Paula (PC do B) e o PT paulista.

O fato de Toledo não ser petista nem integrar oficialmente a coordenação da campanha de Marta, mas, ainda assim, participar de reuniões e decisões políticas, enervou a cúpula do partido.

Netinho e Marta são os candidatos da chapa do PT ao Senado. O último Datafolha mostrou empate técnico entre os dois. Há duas semanas, ela liderava isolada a corrida eleitoral.

Desde então, Marta tem reclamado que sua campanha está sendo preterida pelo candidato do PT ao governo do Estado, senador Aloizio Mercadante, em favor da candidatura de Netinho.

O encontro entre Toledo e Orlando Silva, uma das lideranças nacionais do seu partido, aconteceu no último domingo. O secretário-geral do PC do B, Walter Sorrentino, também participou.

Orlando Silva procurou por Marta, mas Toledo foi designado para representá-la. Entre outras coisas, o namorado de Marta teria dito que o PT está dividido entre a ela e Mercadante, e Netinho teria escolhido "o lado errado".

O comando da campanha do PC do B confirmou a conversa entre Orlando Silva e Márcio Toledo, mas argumentou que o objetivo do contato foi pacificar o clima entre os dois candidatos na reta final da campanha.

Na versão dos comunistas, o ministro procurou Marta para dizer que o PC do B não criará tensões.

Já a assessoria de imprensa de Marta disse que o ministro procurou Toledo para pedir que a petista e Netinho fizessem "agendas juntos".

No entanto, o encontro agravou as relações entre os candidatos do PT.

Mesmo antes, o clima não era bom. Havia desconfiança de que Marta e Aloysio Nunes, candidato do PSDB ao Senado, tivessem feito acordo baseado na equação de que a petista não bate nem apanha do tucano, mas este ataca Netinho.

Na tentativa de aplacar a crise que se instalou por conta da conversa entre Orlando e Toledo, o presidente do PT no Estado, Edinho Silva, conversou na última quarta-feira com o ministro.

Edinho também esteve com Marta e o coordenador da campanha de Mercadante, Emidio Souza. Pediu união entre as candidaturas.

12 de setembro de 2010

Situação de Maia e Maciel assusta o DEM

A nova rodada de pesquisas do Datafolha publicada ontem e hoje traz duas notícias preocupantes para o DEM.

O ex-prefeito do Rio Cesar Maia, que foi ultrapassado por Lindberg Farias (PT) e corre o risco de não se eleger, é um dos principais líderes nacionais da sigla e pai do atual presidente da sigla, o deputado Rodrigo Maia.

Em Pernambuco, caso Armando Monteiro (PTB) continue crescendo, o partido pode perder Marco Maciel (DEM), que foi por oito anos vice-presidente no governo FHC.

10 de setembro de 2010

Cemig é barrada em transmissoras

A Cemig informou que sua controlada Transmissora Aliança de Energia Elétrica (Taesa) não conseguiu concluir a compra de participações na Nordeste Transmissora de Energia Elétrica (NTE) e na Transmissora de Energia Elétrica (STE). Segundo a Cemig, um acionista das duas companhias exerceu seu direito de preferência sobre a aquisição das participações e inviabilizou o negócio. O site das empresas indica que o outro sócio é a espanhola Abengoa.

A Taesa pretendia comprar da Cymi Holding suas participações de 49,99% na NTE, de 49,90% na STE e também 40,0% da Interligação Elétrica de Minas Gerais (IEMG) por R$ 275 milhões.

A Cemig informou que, no caso da IEMG, os acionistas dessa empresa têm até o dia 6 de outubro para exercer o direito de preferência na aquisição da fatia da Cymi.

A Taesa, antiga Terna Participações, é controlada pela Cemig em conjunto com outros investidores.

A saída para um partido de fogo morto

PMDB e DEM fazem as contas de uma incorporação

As listas públicas dos milhares cujo sigilo foi quebrado garantirão uma manchete por dia até as eleições. Quando o último voto for contado, a imprensa terá descoberto que mais uma campanha eleitoral passou por baixo de suas pernas. A apuração dos vazamentos estará longe de sua conclusão, mas o mapa político do país terá sido redesenhado. Seus contornos só serão conhecidos a posteriori, embora o mercado eleitoral já forneça claros indícios do que está por vir.

A crônica da escandalogia ignora, por exemplo, a movimentação para o novo Congresso. Qualquer que seja o eleito, a Presidência estará desprovida de um ocupante com a capacidade de comunicação do atual titular. A ausência de um presidente que se confunde com seus governados pode desinibir o Congresso a fazer política.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já se antecipou a esse fortalecimento do Congresso ao pôr em curso uma frente liderada pelo PT agregando antigos aliados como PSB, PDT e PCdoB. Um de seus objetivos seria conter o poder revigorado com que o PMDB iniciaria um eventual governo Dilma Rousseff. Mas o partido de Michel Temer também já está de olho num primo pobre, que já foi arrimo de família, mas ainda deve sair das eleições com capacidade de encorpar uma parceria, o DEM.

Nem um lado nem o outro assumem abertamente os termos da discussão, mas o nome é esse mesmo: incorporação.

Não é de hoje que o DEM declina, mas esta eleição deve marcar um mergulho acentuado ao fundo do poço. O líder do DEM no Senado, Agripino Maia (RN), que enfrenta uma difícil reeleição, resumiu ao repórter César Felício o drama do partido: "A chave para Serra sair da situação está na mídia eletrônica e não nos palanques regionais". Em português, Serra que faça bom uso do escândalo da Receita. No seu reduto Agripino tem mais é que buscar voto.

O partido elegeu 14 senadores, mas hoje apenas seis deles têm mais quatro anos de mandato. Graças a estes não será transformado em partido nanico no Senado porque, desta vez, apenas Demóstenes Torres (GO) tem reeleição garantida.

Na Câmara, a situação é igualmente dramática. O partido que chegou a ter a maior bancada (105) da Casa no segundo governo Fernando Henrique Cardoso, elegeu 65 em 2006 e não há previsões realistas de que este ano ultrapasse os 40 deputados.

A estratégia de sair dos grotões e se firmar no centro-sul fracassou. Mingua do Oiapoque a Chuí.

Tendo perdido seu único governador, José Roberto Arruda (DF), para o ralo, a legenda disputa como cabeça de chapa três Estados, Santa Catarina, Sergipe e Rio Grande do Norte, mas só neste último é favorita.

O partido ainda comanda um dos maiores orçamentos da República, o da cidade de São Paulo, e é nela que a ideia da incorporação mais avança.

O prefeito Gilberto Kassab é o fiador no DEM da aliança com o candidato do PSDB à Presidência, José Serra. As largas chances de que o tucano seja derrotado coloca em xeque o futuro desta aliança.

A aproximação de Kassab com o PMDB deu-se em sua reeleição, que teve Alda Marcantônio, uma quercista de carteirinha, como vice na chapa e estreitou-se agora com a perspectiva de falência da aliança com o PSDB.

Kassab não precisa da incorporação se mudar de mala e cuia para PMDB uma vez que, sem mandato a partir de 2013, escaparia das punições da fidelidade partidária, mas a aproximação sinaliza um rumo para o partido.

A permanecer numa aliança com os tucanos, Kassab veria estreitadas as perspectivas de sua carreira política. A se confirmar seu favoritismo na disputa estadual, Geraldo Alckmin passará a ser o condestável do PSDB paulista. A completa ausência de Kassab na campanha de Alckmin é apenas um dos indicativos de que dificilmente haverá espaço para o prefeito disputar, por exemplo, o Senado em 2014 em aliança comandada pelo eventual governador.

Kassab vai tratando de engordar seu quinhão com a eleição de uma bancada robusta no Estado. A bancada do DEM em São Paulo, que já é duas vezes maior que a do PMDB [6 x 3], pode crescer ainda mais.

Entre os pemedebistas de São Paulo, o grupo de Orestes Quércia, que ainda comanda o diretório e agora se vê desfalcado com a desistência de sua principal liderança da disputa ao Senado, é o que trata mais abertamente da aproximação.

Mesmo sem a verticalização imposta, a aliança DEM/PSDB acabou se nacionalizando e hoje os dois partidos estão na mesma coligação na maioria dos Estados. Não dá para tratar de divórcio antes do resultado das urnas, mas uma aproximação do DEM com o PMDB já teria, de saída, como um de seus principais adversários o ex-prefeito do Rio, Cesar Maia (DEM), pai do atual presidente do partido. Parecem pequenas as chances de aproximação entre Maia e o governador quase reeleito, Sérgio Cabral (PMDB), mas também já foram maiores as perspectivas de eleição do ex-prefeito ao Senado.

O PMDB e o DEM estão em palanques opostos em 15 Estados, e só as eleições poderão dimensionar os obstáculos de uma aproximação. No Norte, há baixas resistências, a serem contornadas pela família Sarney, que sempre manteve os pés em ambas as canoas. No Nordeste, os nós limitam-se a Sergipe e Paraíba. No Sul, a imprevisibilidade de Requião parece ser o único constrangimento. O Centro-Oeste é um enrosco só, a começar por Goiás, o maior deles. E em Minas, o poder de atração de Aécio Neves torna tudo mais difícil.

Uma incorporação teria que ser votada em convenção do partido o que, no caso do DEM, é um encontro para referendar o que já está conchavado. Só a perspectiva de voltar a ter franqueado o acesso ao gabinete de um diretor do Banco do Brasil ou da Petrobras seria capaz de desatar esses nós. Não se trata mais de reeditar a aliança dos anos 80 de onde nasceu a Nova República ou o Centrão da Constituinte. Seja qual for o eleito é o centro que comandará. O que está em jogo é a disputa de poder interna a uma grande coalizão de governo. As urnas dirão se o DEM será capaz de atravessar mais quatro anos de declínio sem perspectiva de voltar ao poder.Valor Econômico

7 de setembro de 2010

Banda presidencial toca música de Lady Gaga antes de desfile

A banda presidencial Dragões da Independência tocou diversas músicas para animar o público antes do início do desfile de 7 de setembro em frente à Esplanada dos Ministérios em Brasília, por volta das 8h45 desta terça-feira. Dentre as músicas apresentadas estava Paparazzi, da cantora americana Lady Gaga.



Estão presentes ao desfile o presidente Luís Inácio Lula da Silva, acompanhado de sua esposa, a primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva; o presidente do Supremo Tribunal Federal, Cezar Peluso; o ministro do Turismo, Luiz Barreto; o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer; o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim; o ministro da Defesa, Nelson Jobim, o ministro da Comunicação Social, Franklin Martins; a ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, e o governador do Distrito Federal, Rogério Rosso. Não compareceram o vice-presidente José Alencar e o presidente do Senado, José Sarney.

O desfile de 7 de Setembro em Brasília conta com a participação de cerca de 3,5 mil civis e militares na Esplanada dos Ministérios. Neste momento, acontecem as apresentações com participação de grupos culturais, que representam escolas e tradições regionais, por meio de danças e músicas.

Em seguida, deve acontecer a parte militar do desfile. Estão previstas apresentações das missões brasileiras de paz, da Força Expedicionária Brasileira (FEB), de paraquedistas e dos Fuzileiros Navais, entre outros. Ao todo, serão 107 viaturas, 50 motocicletas e 250 cavalos.

A Força Aérea Brasileira participa com 28 aeronaves, incluindo sete aviões T-27 Tucano do Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA), conhecido popularmente como Esquadrilha da Fumaça.

4 de setembro de 2010

José Serra foi mais cedo. Mas antes, criou um dossiê para aporrinhar a vida da Dilma

Como disse um veterano político paulista enquanto acompanhava a apuração da eleição de Jânio Quadros contra Fernando Henrique Cardoso para a prefeitura pulistana, a batida das urnas é inexorável. Aplicada às atuais pesquisas, na medida do possível, essa máxima pode se aproximar da vantagem da petista Dilma Rousseff sobre o tucano José Serra. Os números são cada vez mais reveladores e somente uma virada espetacular mudará o quadro aterrador que se apresenta a Serra em outubro.

A análise de todas as pesquisas, especialmente a do Datafolha, mostra que o tucano perde terreno em todo o país, de modo particular de Minas para cima. Dilma aumenta a diferença a seu favor no Nordeste, cresce no Rio e diminui a distância em relação a Serra no Sul. Já o candidato do PSDB não tem onde crescer, a não ser através de um discurso de tal forma convincente que vire a cabeça do eleitorado. O que parece improvável, pelo ramerrão da campanha até aqui.

A esperança dos tucanos e seus aliados é o horário eleitoral gratuito da televisão e do rádio.Não surtiu efeito. Parace que foi pior ainda quando Serra colocou a cara feia na tv. Apostavam nos debates e ao que tudo indica Serra perdeu pontos preciosos no confronto entre os presidenciáveis, com Dilma Rousseff, na Band. E se não houver um milagre esta será a mesma batida dos demais debates, que na verdade não acrescentam muito em termos de voto. Nem o favorecimento do tucano pelo casal William Bonner e Fátima Bernardes na entrevista do Jornal Nacional, adiantou alguma coisa.Resta esperar.

A virada da Verônica

Ainda que sem entender direito o bate-boca em torno da lambança na Receita Federal, já tem muito eleitor revoltado com “tudo isso que aí está” decidido a votar na filha do Serra. Parece mesmo a melhor pessoa de toda essa história! Apresentada no Horário Eleitoral Gratuito como mulher ficha limpa, trabalhadora, mãe de três filhos, Verônica tem, segundo o próprio pai, o mérito que falta aos candidatos em geral: “Ela nunca se meteu com política!”

A quebra de sigilo fiscal que a fez popular acabou revelando alguém verdadeiramente confiável nesse mar de tiriricas fazendo marolinhas na propaganda política de todo santo dia. Verônica não promete nada, não diz besteira, não faz campanha, a rigor nem aparece na TV. Todo mundo a reconhece como vítima, daí a identificação imediata do eleitor com a não-candidata dos tucanos.

Se as eleições fossem hoje, Verônica Serra só não estaria eleita porque não é candidata a nada. Não quer ou, vai ver, não imaginou que os aloprados fossem estúpidos a ponto de tentar outra vez. Atacar a inteligência desse jeito, francamente, só engrandece o adversário. Resta saber se, a exemplo do que acontece com a Dilma graças ao Lula, vai ter gente votando no Serra por causa da Verônica!Tuty

2 de setembro de 2010

Polícia Federal prende vereadores, prefeito e vice de uma das maiores cidades do Mato Grosso do Sul. A suspeita é de fraudes em licitações.


Uma ação da Polícia Federal (PF) realizada ontem deixou Dourados (MS) sem comando. Durante a Operação Uragano — uma alusão, em italiano, a furacões —, a PF prendeu o prefeito, o seu vice, o presidente da Câmara Municipal e oito dos 12 vereadores da cidade. O grupo é acusado de fraudes em licitações públicas e pagamento de propina, corrupção ativa e formação de quadrilha. O esquema envolvia ainda nove servidores públicos — sendo cinco secretários municipais — e outras sete pessoas, incluindo a primeira-dama, que foi detida em Brasília enquanto participava de um evento promovido pelo governo federal. Ela é acusada de ter recebido dinheiro para fazer uma cirurgia plástica.

A PF não precisou de muito tempo para fazer a investigação, iniciada em maio. O esquema foi descoberto pelo secretário de Comunicação da prefeitura de Dourados, Eleandro Passaia, que gravou várias vezes o prefeito Ari Artuzi (PDT) fazendo pagamentos aos vereadores. O dinheiro que bancava o mensalinho de Dourados vinha, segundo a polícia, das empresas que forneciam produtos e serviços para a prefeitura. As licitações realizadas pelo município eram direcionadas a firmas que repassavam a Artuzi quantias que variavam de 10% a 50% dos valores dos contratos. Isso rendia ao prefeito em torno de R$ 500 mil mensais.

Passaia repassou as gravações para a Polícia Federal, mas garantiu que não participava do esquema. Para ajudar os investigadores, o secretário chegou a receber R$ 15 mil do prefeito, que, assim como seus familiares, secretários, empresários, empreiteiros e vereadores, estava sendo monitorado pela PF. A apuração detectou que não apenas os políticos do partido ou da base aliada de Artuzi, mas também os da oposição, recebiam a mensalidade. O dinheiro da propina seria destinado à campanha. Um dos presos, o presidente da Câmara, Sidlei Alves da Silva (DEM), é candidato a deputado estadual nas eleições deste ano.

Além disso, o prefeito usava o dinheiro em benefício próprio, como o pagamento de R$ 10 mil por uma cirurgia plástica em sua mulher, Maria Aparecida de Freitas. Ela foi presa durante um evento realizado pela Secretaria de Política para as Mulheres que custou R$ 160 mil, conforme informou o Correio ontem. Segundo Eleandro Passaia, um dos motivos que o levou a denunciar Artuzi foi a intervenção cirúrgica. Na mesma semana em que o prefeito recebeu R$ 100 mil do Hospital Evangélico — e repassou R$ 10 mil para o procedimento na primeira-dama —, uma criança morreu na instituição por falhas no atendimento. Durante as buscas realizadas ontem pela PF, foram apreendidos R$ 145,8 mil na casa do prefeito.

Manifestações
Incrédulos e revoltados, moradores e instituições da sociedade civil de Dourados foram para a frente da delegacia da Polícia Federal da cidade pedir a saída de Artuzi e dos nove vereadores. Ninguém sabia quem iria governar a cidade, uma das maiores de Mato Grosso do Sul, com a prisão do prefeito e seu vice, Carlos Roberto Assis Bernardes. Conhecido como Carlinhos Cantorm, ele também recebia parte do dinheiro pago pelas empresas, além do presidente da Câmara. A prisão do prefeito é temporária e vai durar cinco dias. Até lá, o juiz da cidade, Eduardo Machado Rocha, assume o Executivo.

Além das 28 prisões, a Polícia Federal realizou 38 conduções coercitivas — quando as pessoas são levadas à delegacia apenas para prestar depoimento — e diversas buscas e apreensões.

O número
50%
dos valores dos contratos eram repassados por empresas aos envolvidos no esquema de desvio de verbas


Os detidos

Sete dos 28 presos pela Polícia Federal não são servidores públicos. Confira a lista completa dos suspeitos

SERVIDORES PÚBLICOS
Ari Artuzi (prefeito)

Cláudio Marcel Hall (vereador licenciado e secretário de Serviços Urbanos)

Dílson Cândido de Sá (secretário de Panejamento e Obras)

João Kruger (controlador-geral)

José Roberto Barcelos Junior (ex-chefe de licitação)

Helton Farias (gestor de compras)

Ignez Boschetti Medeiros (secretária de Finanças)

Tatiane Moreno (secretária de Administração)

Marco Aurélio de Camargo Areias (superintendente do Hospital Evangélico)

Thiago Vinícius Ribeiro (departamento de licitações)

Alziro Moreno (procurador-geral)

VEREADORES
Sidlei Alves (presidente da Câmara Municipal)

Carlinhos Cantor (vice-prefeito)

Aurélio Bonatto (vereador)

Edvaldo Moreira (vereador)

Marcelo Barros (vereador)

Humberto Teixeira Junior (vereador)

José Carlos Cimatti (vereador)

Julio Artuzi (vereador)

Paulo Henrique Bambu (vereador licenciado)

Zezinho da Farmácia (vereador)

OUTROS
Maria Aparecida de Freitas (primeira-dama)

Paulo Ferreira do Nascimento

Sidnei Lemes Erédia

Antonio Araújo

Geraldo de Assis

Carlos Gilberto Recalde

José Antonio Soares